Modelagens Hidráulicas e as novas resoluções sobre Barragens de Mineração

por Adolfo Tribst Corrêa em 20/May/2020
Modelagens Hidráulicas e as novas resoluções sobre Barragens de Mineração

Publicada em 18 de maio de 2020, a RESOLUÇÃO ANM Nº 32, traz uma questão importante sobre as modelagens hidráulicas para apoio na elaboração das manchas potenciais de inundação, a saber:

'§ 2º O deslocamento da frente de onda a que se refere o § 1º deve ser feito considerando, minimamente, modelos 2D contemplando o acréscimo de materiais e sedimentos que a onda carreará em seu deslocamento...'

Vejo um passo importante por parte da resolução, em trazer o conceito de modelagens hidráulicas bidimensionais, que traz uma melhor representação dos fenômenos hidráulicos, refletindo em uma melhor assertividade no mapeamento potencial da inundação. Por outro lado, a necessidade cada vez mais de dados básicos e conhecimentos, refletem a necessidade de levantamentos topográficos e batimétricos mais acurados, maiores gastos computacionais, e uma melhor preparação dos profissionais na área.

Outra questão abordada refere-se a inclusão de sedimentos e/ou rejeitos no escoamento, que dependendo da concentração, pode torná-lo passível de uma abordagem hiperconcentrada, variando desde um escoamento mais aquoso (mudflood) até um escoamento mais concentrado (mudflow). Há também ferramentas já disponíveis para tal abordagem (Ex. RiverFlow2D), porém com custo computacional maior, necessidades de investimentos em pesquisas e validações, além de capacitação de corpo técnico nas consultorias.

Deixo aqui meus objetivos com esse breve texto que é a reflexão sobre essas questões de modelagem hidráulica abordadas na resolução, que tem como viés o aprimoramento das análises de risco para com as populações que moram a jusante de barragens. Para que esses objetivos sejam alcançados, nós como profissionais, temos um importante desafio a frente, que é a evolução técnica, a partir da capacitação e investimentos.

A foto da matéria se refere ao encontro do córrego Feijão e o rio Paraopeba. Nesse exato ponto, houve uma mudança de um escoamento não-Newtoniano, para um transporte de sedimentos suspensos e de fundo a para jusante do rio Paraopeba.

Adolfo Tribst Corrêa

Professor de modelagem hidráulica e PAE. Formado em Engenharia Hídrica pela UNIFEI com mais de 8 anos de experiência de consultoria em projetos de engenharia relacionados a hidrologia, hidráulica e recursos hídricos. Especialista em Recursos Hídricos, Modelagem Hidráulica e Planos de Ação de Emergência de Barragens. MBA em Gestão Empresarial. Atua em projetos na área de mineração, energia e saneamento com ótimos resultados em Modelagem Numérica, Hidráulica, Engenharia Fluvial, Hidrologia, Estudos de Inundação, Estudos de Ruptura Hipotética de Barragens com escoamento hidrodinâmico e hiperconcentrado (mudflow).

 

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