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Nova ABNT NBR 13028-3:2025 traz diretrizes atualizadas para projetos de pilhas de rejeitos

Instituto Minere

A Agência Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou a ABNT NBR 13028-3:2025, documento que estabelece requisitos fundamentais para elaboração, apresentação e avaliação de segurança de projetos de estruturas destinadas à disposição de rejeitos desaguados em forma de pilha. A norma representa um avanço significativo na adoção de boas práticas de engenharia e gestão de segurança de estruturas de mineração, alinhada às diretrizes nacionais e internacionais.O Instituto Minere analisou o documento completo — disponibilizado ao final deste texto para download — e destaca, a seguir, os pontos mais relevantes para profissionais, gestores, consultores e órgãos fiscalizadores do setor mineral.

Por que esta norma é importante? Veja pontos cruciais.

A revisão da ABNT NBR 13028, agora dividida em três partes, reflete a necessidade de padronização técnica, segurança operacional, controle ambiental e prevenção de desastres em estruturas que recebem rejeitos. A Parte 3, objeto desta matéria, foca especificamente nas pilhas de rejeitos desaguados, cada vez mais adotadas em substituição às barragens convencionais.

Segundo a introdução da norma, a revisão baseia-se em guias de boas práticas nacionais e internacionais, integrando conceitos utilizados em padrões como o GISTM, diretrizes da ICOLD e orientações da ANCOLD.

1. Escopo ampliado e mais rigor técnico

A norma define que seus requisitos se aplicam a pilhas de rejeitos desaguados, incluindo resíduos industriais derivados de processos de beneficiamento, com foco em:

  • Segurança geotécnica
  • Operacionalidade
  • Economicidade
  • Desativação e fechamento
  • Minimização de impactos ambientais

Um ponto crucial: estruturas com codisposição rejeito-estéril devem avaliar qual fração predomina para definir se os critérios desta norma ou da ABNT NBR 13029 serão aplicados.

2. Estrutura completa do projeto: do conceitual ao “as built”

A norma estabelece quatro níveis de projeto, cada um com requisitos mínimos:

Projeto conceitual

Inclui estudos locacionais, alternativas de empilhamento, caracterizações preliminares e definição da área afetada.

Projeto básico

Aprofunda investigações geotécnicas, hidrogeológicas, sedimentológicas, além de incorporar estudos sísmicos e ensaios avançados.

Projeto detalhado

Apresenta todos os dimensionamentos construtivos, instrumentos de monitoramento, QA/QC e manual de operação.

Projeto “as built”

Documentação completa da execução, incluindo alterações, registros, fotografias, ensaios e soluções adotadas.

3. Estudos essenciais: geologia, hidrologia e geotecnia

A norma traz diretrizes claras para:

Estudos locacionais

Avaliações sociais, ambientais, geomorfológicas, hidrogeológicas e interferências existentes.

Chuva e vazão de projeto

  • Mínimo de 20 anos de dados hidrológicos
  • TR mínimo: 500 anos para drenagem periférica e 100 anos para drenagem interna da pilha
    (Tabela e regras descritas entre p. 10 e 11)

Caracterização dos rejeitos

Inclui:

  • análises geotécnicas;
  • geoquímicas e mineralógicas;
  • potencial de geração de drenagem ácida;
  • definição de métodos de impermeabilização.

Estudos sísmicos

Recomendação para análises PSHA e DSHA, alinhadas ao GISTM e ICOLD.

4. Critérios de projeto e segurança: foco em estabilidade e drenagem

Estabilidade de taludes

A tabela da página 10 apresenta fatores mínimos de segurança:

  • 1,5 – condição estática
  • 1,1 – condição sísmica
  • 1,1 – condição pós-pico/residual (materiais strain-softening)

A norma destaca também a necessidade de análises complementares por métodos Tensão-Deformação (T-D) quando necessário.

Liquefação

O Anexo A aborda metodologias recomendadas para avaliação de liquefação estática e cíclica, incluindo uso de CSR/CRR e linha de estado crítico.

Drenagem interna e superficial

A drenagem deve considerar:

  • deformações esperadas,
  • anisotropia do material,
  • controle das vazões de percolação,
  • dispositivos de dissipação de energia e bordas livres.

5. Estruturas de controle de sedimentos

Um dos pontos mais detalhados da norma: a necessidade de sistemas de retenção de sedimentos dimensionados para o contexto hidrológico, topográfico e ambiental.
Abrange:

  • caracterização dos rejeitos;
  • granulometria e comportamento geoquímico;
  • análises de risco;
  • memórias de cálculo e plantas detalhadas.

6. Construção, operação e QA/QC

A norma reforça a obrigatoriedade de:

  • Aterro experimental, sempre que possível, para validar critérios de compactação, trafegabilidade e desempenho;
  • Especificações construtivas claras (espessura de camada, inclinação, compactação etc.);
  • Programa de Controle e Acompanhamento de Qualidade (QA/QC), com ensaios periódicos;
  • Manual de operação, manutenção e monitoramento, atualizado sempre que houver alterações.

7. Estudos de ruptura hipotética e plano de fechamento

A norma reforça a necessidade de:

  • modelagem de cenários críticos,
  • estimativa do volume mobilizável,
  • delimitação da área afetada,
  • resposta emergencial planejada.

E determina que o plano de fechamento deve garantir:

  • estabilidade física e química a longo prazo;
  • integração com o plano de fechamento da mina;
  • preferência por fechamento progressivo.

Conclusão: um marco para a engenharia de rejeitos no Brasil

A ABNT NBR 13028-3:2025 consolida um conjunto robusto de diretrizes que elevam o patamar técnico dos projetos de pilhas de rejeitos desaguados, reforçando a segurança operacional, a confiabilidade geotécnica e o compromisso ambiental da mineração brasileira.

Para consultores, engenheiros, operadores e gestores, compreender e aplicar esta norma é essencial para garantir conformidade regulatória, reduzir riscos e adotar boas práticas internacionais.

 Baixe aqui o documento completo da ABNT NBR 13028-3:2025 (PDF)

Faça o download direto da norma analisada e mantenha sua biblioteca técnica atualizada:

[Clique aqui para baixar o arquivo disponibilizado no blog]

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Instituto Minere

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