Mining Summit Angola: um marco que vai além de um evento
Mais do que uma conferência técnica, o Mining Summit Angola afirmou-se como um ponto de inflexão histórico para o setor mineiro angolano. Realizado em 15 de dezembro de 2025, em Luanda, o evento reuniu autoridades governamentais, especialistas internacionais, reguladores, profissionais do setor e formadores de opinião para discutir um desafio central: como transformar o vasto potencial geológico de Angola em valor económico real, sustentável e reconhecido internacionalmente.
A segunda edição do Mining Summit nasceu com um propósito claro — sair do discurso e avançar para decisões concretas. O resultado foi um encontro que combinou visão estratégica, profundidade técnica e compromissos institucionais capazes de influenciar os próximos anos da mineração no país.
Uma parceria construída sobre confiança e propósito
Para o Instituto Minere, foi profundamente gratificante realizar o Mining Summit Angola em parceria com a Agência Nacional de Recursos Minerais (ANRM). Essa colaboração simboliza mais do que uma cooperação institucional: representa a convergência entre experiência técnica internacional e vontade política de transformação.
A ANRM demonstrou, ao longo do evento, um posicionamento claro em favor da modernização regulatória, da eficiência institucional e da construção de um setor mineiro baseado em transparência, compliance e credibilidade técnica. Para o Instituto Minere, contribuir com esse processo, compartilhando conhecimento acumulado em diferentes jurisdições mineiras do mundo, reforça sua missão de atuar como agente de transformação do setor mineral.

Do recurso ao valor: um debate técnico, direto e necessário
O tema do evento — “Do Recurso ao Valor: Inovação, Regulação e Sustentabilidade na Gestão dos Recursos Minerais” — orientou discussões francas sobre os caminhos possíveis para Angola.
Ao longo do Mining Summit, ficou evidente que não basta ter recursos minerais. É necessário:
- classificá-los segundo padrões internacionais,
- avaliá-los com rigor técnico,
- licenciá-los com segurança jurídica,
- operá-los com responsabilidade ambiental e social,
- e transformá-los em riqueza que beneficie a sociedade.
A experiência brasileira, apresentada de forma honesta e técnica, serviu como um verdadeiro mapa do que não deve ser repetido, especialmente no que diz respeito à fragmentação regulatória, à morosidade do licenciamento ambiental e ao avanço da mineração ilegal.
O contributo técnico do Instituto Minere e dos seus professores
Um dos grandes diferenciais do Mining Summit Angola foi a qualidade técnica dos conteúdos apresentados, conduzidos por especialistas do Instituto Minere, reconhecidos internacionalmente.
Edmo Rodovalho
Professor e Qualified Person, Edmo Rodovalho trouxe uma abordagem didática e profunda sobre classificação de recursos e reservas minerais, utilizando analogias claras para explicar conceitos muitas vezes tratados de forma excessivamente técnica. Sua contribuição reforçou a importância de compreender a diferença entre recursos inferidos, indicados, medidos e reservas — base essencial para decisões de investimento responsáveis.

Leonardo Gandara
Especialista em legislação e regulação ambiental, Leonardo Gandara apresentou dados contundentes sobre os impactos da desconexão regulatória, alertando para o risco de a mineração ilegal se tornar fonte de financiamento do crime organizado. Sua exposição evidenciou como processos regulatórios mal integrados podem paralisar projetos por décadas.

Cícero Terra
Com forte foco em inovação e mineração 4.0, Cícero Terra mostrou como o setor pode evoluir rapidamente com uso inteligente de dados, automação e tecnologias avançadas. Destacou que Angola tem a oportunidade rara de saltar etapas, evitando erros históricos cometidos por outras jurisdições mineiras.

Carolina Nascimento
Especialista em ESG e relacionamento com comunidades, Carolina Nascimento trouxe ao centro do debate a Licença Social para Operar, deixando claro que ela não é um documento, mas um processo contínuo de construção de confiança. Sua abordagem reforçou que mineração sustentável exige diálogo, transparência e respeito às comunidades locais.

Frutos da Escola Internacional de Mineração do Instituto Minere
Durante o Mining Summit Angola, o CEO do Instituto Minere, Gustavo Cruz, destacou-se ao reforçar a visão de que a mineração precisa ser compreendida de forma integral, do recurso ao fechamento de mina. Sua participação foi marcada por emoção, reconhecimento da história comum entre Angola e Brasil e, sobretudo, pela convicção de que capital humano qualificado é o verdadeiro motor da transformação do setor.
A celebração da formatura da primeira turma da Escola Internacional de Mineração simbolizou essa visão na prática. Profissionais que dedicaram um ano inteiro à formação técnica, conciliando trabalho e estudos, representam o início de uma nova geração preparada para operar segundo os mais elevados padrões internacionais.

Muito além de um evento: um compromisso com o futuro
O Mining Summit Angola deixou claro que o país vive um momento decisivo. Os compromissos anunciados — como a certificação de geólogos angolanos como Competent Persons, a meta de aprovação de direitos mineiros em até 90 dias e o fortalecimento da beneficição local — apontam para um caminho de credibilidade, eficiência e competitividade internacional.
Para o Instituto Minere, participar ativamente desse processo é motivo de orgulho e responsabilidade. Mais do que organizar um evento, o Instituto contribuiu para plantar sementes institucionais e técnicas que podem redefinir o futuro da mineração angolana.
O Mining Summit não encerra um ciclo. Ele abre uma nova etapa — e o Instituto Minere segue comprometido em caminhar ao lado de Angola na construção de um setor mineiro sólido, moderno e sustentável.
