A coleta de amostras de solo é uma etapa fundamental em qualquer investigação geotécnica. Através dessas amostras, os engenheiros e técnicos obtêm informações valiosas sobre as propriedades físicas, mecânicas e químicas do terreno — dados que são indispensáveis para projetar fundações, barragens, taludes e outras estruturas com segurança.
Neste artigo, você vai entender:
- • A diferença entre amostras deformadas e indeformadas;
- • Quais são os métodos e equipamentos usados para cada tipo;
- • Como garantir a representatividade das amostras coletadas.
Por que a coleta de amostras é tão importante na geotecnia?
Amostras mal coletadas ou não representativas podem levar a ensaios imprecisos e decisões técnicas equivocadas. Isso compromete diretamente o desempenho da obra, aumentando os riscos de falhas estruturais, recalques e custos adicionais.
Uma boa campanha de sondagem deve seguir normas técnicas (como a NBR 9604/86 e 9604/16) e utilizar técnicas adequadas para o tipo de solo e objetivo da investigação.
Amostras deformadas vs. indeformadas: qual a diferença?
Amostras Deformadas
São aquelas em que a estrutura original do solo não é preservada, embora sua composição permaneça representativa.
- • Utilização: ensaios de caracterização física e química (granulometria, limites de Atterberg, teor de umidade, CBR, etc.).
- • Método de coleta: geralmente extraídas durante sondagens SPT, com amostradores-padrão.
- • Vantagem: coleta rápida e prática.
- • Limitação: não permite análise do comportamento estrutural do solo.
Amostras Indeformadas
Preservam tanto a estrutura quanto as propriedades naturais do solo (densidade, porosidade, umidade original).
- • Utilização: ensaios mais complexos, como compressibilidade, permeabilidade e resistência ao cisalhamento.
- • Método de coleta: requer equipamentos especiais, como Shelby, Denison ou bloco amostrador.
- • Vantagem: maior precisão em análises avançadas.
- • Limitação: coleta mais técnica e delicada.
Técnicas e equipamentos para coleta de amostras indeformadas
Confira os principais métodos utilizados:
Amostrador Shelby
- • Indicado para solos finos e moles (argilas, siltes).
- • Consiste em tubo fino cravado estaticamente no solo.
- • Normas: ABNT NBR 9820, ASTM D1587.
- • Alta qualidade e mínima perturbação da amostra.
Amostrador Denison
- • Utilizado em solos mais resistentes e compactos.
- • Amostrador de barrilete triplo com sapata cortante.
- • Necessita de perfuração rotativa e uso de fluido.
- • Ideal para obras com necessidade de precisão em ensaios de laboratório.
📌 Coleta com Bloco Amostrador
- • Realizada manualmente em trincheiras ou escavações.
- • Amostras cúbicas com 15 a 40 cm de aresta.
- • Segue a NBR 9604/16.
- • Requer cuidado extremo para preservar a estrutura.
Boas práticas na coleta de amostras geotécnicas
Para garantir a representatividade e confiabilidade das amostras:
- • Siga normas técnicas brasileiras (ABNT) e internacionais.
- • Escolha o tipo de amostragem conforme o solo e o objetivo do ensaio.
- • Mantenha registros detalhados de profundidade, tipo de solo e condições de coleta.
- • Armazene e transporte as amostras em condições adequadas.
Uma boa investigação geotécnica começa com uma amostragem eficiente e bem executada. A escolha entre amostras deformadas ou indeformadas impacta diretamente a qualidade dos ensaios laboratoriais e, consequentemente, a segurança e durabilidade da obra.No curso Sondagem e Ensaios Geotécnicos – Melhores Métodos e Práticas, do Instituto Minere, você aprende na prática como realizar uma campanha de investigação completa — da coleta de amostras à análise e interpretação dos dados geotécnicos.