Terminologias dos códigos internacionais para definição de Recursos e Reservas Minerais

por Beck Nader em 11/Aug/2020
Terminologias dos códigos internacionais para definição de Recursos e Reservas Minerais

É preciso que haja comprometimento com os termos corretos para se definir a classificação de recursos e reservas.

Os termos são fundamentais uma vez que a classificação é qualitativa e baseada nas informações do projeto avaliadas pela pessoa competente.

De acordo com o código JORC, os Relatórios Públicos referentes a Recursos Minerais e/ou Reservas de Minério devem utilizar apenas os termos mencionados na figura a seguir. O modelo é similar aos demais códigos em conformidade com o CRIRSCO.

Relações entre Resultados de Exploração Mineral, Recursos Minerais e Reservas de Minério (Fonte: Joint Ore Reserves Committee, 2012)

Na figura define-se a estrutura de classificação das tonelagens e teores estimados, de forma a atender os diferentes níveis de confiança geológica e os diferentes estágios de avaliação técnica e econômica. Os Recursos Minerais podem ser estimados principalmente por geólogos, com base nas informações geológicas, com alguma participação de outras disciplinas. (Joint Ore Reserves Committee, 2012)

Para as estimativas de Reservas de Minério, as quais constituem uma parcela dos Recursos Minerais Indicados e Medidos (mostrados na parte interna do polígono tracejado da figura), é necessário que sejam considerados os diversos fatores que afetam a mineração, chamados Fatores de Modificação (ou Fatores Modificadores). O código define como principais Fatores de Modificação o seguinte: lavra, beneficiamento, infraestrutura, impostos, comercialização, direitos minerais, assuntos legais, meio ambiente, fatores sociais e governamentais. Em algumas situações, Recursos Minerais Medidos podem ser convertidos em Reservas de Minério Prováveis, devido às incertezas associadas aos fatores modificantes levados em consideração na conversão de Recursos Minerais para Reservas de Minério. Na Figura, esta passagem é mostrada pela seta pontilhada. Apesar dessa seta pontilhada incluir um componente vertical, neste caso não se trata de redução do nível de conhecimento ou confiança geológicas. Em casos como este, os fatores de modificação devem ser explicados cuidadosamente. (Joint Ore Reserves Committee, 2012).


Beck Nader

Engenheiro de Minas pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), Pesquisador, Tecnologia da Informação Aplicada à Geologia e Mineração, Estimativa de Recursos e Reservas. Doutor em Engenharia Mineral pela Poli-USP; Mestre em Tecnologia Mineral pela UFMG; possui mais de 37 anos de experiência aplicada ao setor industrial da mineração, é Fellow do Australian Institute of Geoscientists (FAIG), é Competent (CP) e Qualified (QP) Person tendo acumulado vasta experiência internacional em organizações empresariais, liderança e orientação de equipes de profissionais qualificados. Trabalhou no desenvolvimento do mercado, fundou e dirigiu algumas das mais importantes empresas internacionais de hardware e softwares aplicadas ao setor mineral brasileiro, atendendo às necessidades crescentes de empresas de mineração por qualidade e eficiência de sua estimativa de recursos e reservas minerais, projetos de minas, planejamento de lavra e segurança das operações. Liderou e participou de vários projetos minerais, desenvolvidos segundo os requisitos dos códigos JORC e NI 43-101.

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