Inatividade da Samarco reduz PIB de Minas Gerais em 3,1%

por Gustavo Cruz em 06/Feb/2017
Inatividade da Samarco reduz PIB de Minas Gerais em 3,1%

Entre as responsabilidades ambientais e a necessidade econômica, Minas Gerais vive um dilema. Sem a mineradora Samarco desde novembro de 2015, quando a barragem de Fundão se rompeu, o Estado e os órgãos ambientais travam uma batalha judicial para que a empresa recupere os danos causados e pague pelo prejuízo. O problema é que a inatividade da mineradora tem custado caro – aproximadamente R$ 989 milhões em impostos federais, estaduais e municipais.

Um estudo encomendado pela BHP Billiton – uma das acionistas da Samarco – à Tendência Consultoria sobre o impacto financeiro da paralisação em 2017 aponta que, se a mineradora não voltar a operar, somente com impostos estaduais, Minas Gerais deixará de arrecadar cerca de R$ 138,6 milhões. Caso a mineradora não volte até 2018, o prejuízo saltaria para R$ 681,5 milhões. Isso tudo sem contar os impostos municipais e o impacto indireto.

“É um valor muito significativo na economia, principalmente se levar em consideração o cenário de crise pelo qual estamos passando, com a queda na arrecadação de impostos e a perda de postos de emprego. Nesse ambiente, a dificuldade imposta pela inatividade da Samarco fica ainda pior, é ainda mais preocupante para essas cidades e para o Estado”, detalha o economista responsável pela pesquisa, Eric Brasil.

O estudo aponta também que dos 18,6 mil empregos diretos e indiretos gerados pela mineradora, praticamente 15 mil estão ameaçados apenas em Minas Gerais. “Isso mostra como a retomada da Samarco envolve questões que vão muito além do aspecto econômico”, explica Eric.

Dependência econômica

A situação em Mariana, onde está a Samarco, é complicada. Sem a receita gerada pela mineradora, a cidade viu sua arrecadação sobre o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) despencar quase 60% no último ano. Segundo a própria prefeitura do município mineiro, que defende a volta da mineradora desde que a tragédia ocorreu, 90% da atividade econômica da cidade está ligado à mineração. A dependência das mineradoras não é exclusivo em Mariana. Segundo a Amig-MG (Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais), ao menos 20 cidades do Estado dependem exclusivamente da mineração.

Volta

Para retomar as atividades, a Samarco tenta obter uma licença da Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais para utilizar, em caráter provisório, uma cava de mineração como local para depositar a lama que ficou no Complexo de Germana. Em Minas Gerais, a emissão de licenças ambientais passa por um parecer da Secretaria de Ambiente que precisa ser aprovado por uma instância formada por promotores públicos, ONGs e acadêmicos. No início do ano, o ministro de Minas e Energia do Brasil, Fernando Coelho Filho (PSB), disse que a volta da mineradora deve ocorrer em até dois meses.

Fonte: Metro

Gustavo Cruz

Gustavo é fundador, CEO e Planner do Instituto Minere, Lea Hub e Mining Marketing. É mercadólogo, MBA em Comunicação e Marketing pelo BI International. Está no mercado desenvolvendo produtos, negócios, comunicação e comércio em ambientes digitais desde 2012, atuando principalmente nos setores de mineração, envolvendo educação, empreendedorismo e marketing. É desenvolvedor de negócios, planejamento estratégico e transformação digital.


  

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