
Autoras: Marcela Tainã e Adriana Solé
É indiscutível a importância dos bens minerais para a sociedade, uma vez que boa parte das necessidades básicas de um ser humano é atendida por estes recursos. Estudos e pesquisas já demonstraram que uma pessoa consome direta ou indiretamente cerca de 10 toneladas/ano de produtos do reino mineral, abrangendo 350 espécies minerais distintas.
A intensidade de aproveitamento dos recursos minerais de um país é um importante indicador de desenvolvimento social e econômico, pois mede a disponibilidade destes ativos que precisa ser garantida para suprir as demandas da sociedade, criando uma relação direta entre desenvolvimento econômico, qualidade de vida e consumo de bens minerais. A mineração como indústria de base induz a formação da cadeia produtiva, do processo de transformação de minérios até os produtos industrializados. É uma atividade alavancadora do desenvolvimento econômico de várias nações como Canadá, Austrália e Estados Unidos.
Quantificando esta importância e segundo dados divulgados pela Fiemg 03/ 2019¹, o impacto econômico da paralisação de parte da atividade minerária devido ao rompimento das barragens da Samarco e Vale deve levar Minas Gerais a registrar um Produto Interno Bruto (PIB) negativo este ano. A queda decorrente prevista na produção das riquezas no estado é de 3,3% para -4,0%, se considerado o cenário atual de interdições de complexos minerários. O levantamento também aponta fechamento de 851 mil postos de trabalho, num horizonte de seis a oito meses.
Destaca-se também as transformações radicais que impactaram este setor na última década decorrentes da crise global, da oscilação entre os extremos dos preços da commodities, o agressivo processo de fusão, aquisição e consolidação e da revolução digital que modificaram a realidade operacional deste setor.
A necessidade de conter custos, rever estratégias e gerenciar riscos passaram a ser mantras diários do setor que começa a visualizar algumas necessidades, muito bem descritas no estudo Deloitte 2018²como:
1. Trazer o digital para o uso diário;
2. Mudar a imagem do setor;
3. Transformar o relacionamento com os stakeholders;
4. Gerenciamento do uso da água;
5. Atender as novas expectativas dos acionistas;
6. Prever o comportamento das commodities do futuro;
7. Encontrar um equilíbrio entre cautela e coragem.
Sobreviver a este cenário encarando todos os desafios de forma contundente impõe como condição “si ne qua non” um realinhamento de todo o sistema de governança corporativa dos players do setor.
Referências Bibliográficas
- Fiemg 03/ 2019: https://www7.fiemg.com.br/palavra-do-presidente/artigos/visualizar/Nova-mineracao
- Tendencias da Mineração 2018 – Deloitte: https://www2.deloitte.com/br/pt/pages/energy-and-resources/articles/tendencias-mineracao.htm
Autoras:
Marcela Tainã
Membro do Australian Institute of Geoscientists AIG. Bacharel em Geologia (USP), é especialista em Amostragem, QA/QC e Avaliação de Recursos. Participou como CP/ QP e implementação de programas de QA/QC (Quality Assurance and Quality Control) em projetos de grandes players nacionais. Vasta experiência também em modelamento geológico e Geometalurgia.
Adriana Solé
Engenheira Eletricista, pela PUC MG, Especialista em Engenharia Econômica pela FDC e MBA executivo em Gestão Empresarial pela FGV. Conselheira de Administração, certificada pelo IBGC desde 2010. Fundadora do canal do You Tube Governança Já. Pesquisadora dos temas Governança, Compliance e Risco e Governança Corporativa e Gestão de Ativos pela Fundação Gorceix em Ouro Preto. Professora da Fundação Dom Cabral, Professora do IBMEC -MG, FUMEC. Professora convidada do Programa Risk University da KPMG desde 2015, Instituto Brasileiro de Governança Corporativa desde 2013. Atua também como consultora e com treinamentos corporativos.

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