CRIRSCO e o Futuro da Mineração

por Gustavo Cruz em 13/Jan/2016
CRIRSCO e o Futuro da Mineração

A indústria mineira representa para diversas nações uma grande parcela da economia. É um negócio bilionário que exige investimentos da mesma ordem. Quando tratamos de valores dessa grandeza a confiança dos investidores no negócio é ponto fundamental. Portanto, é essencial que se comunique de forma transparente os riscos associados a fim de ganhar o nível de confiança necessário para sustentar as suas atividades.

Existem códigos internacionais que regem o que tratamos como “Boas Práticas”. O papel desses códigos é assegurar reais níveis de confiabilidade e clareza nos relatórios de recursos e reservas (Transparência), além de ferramenta para assegurar orçamentos e planos de produção seguros e planejamento estratégico robusto e “sem surpresas”. Entre eles destacam-se:

  • National Instrument 43-101 (o "NI 43-101" ou o "NI") - Padrões de Divulgação de Projetos Minerais dentro do Canadá. NI43-101 determina como emissores podem divulgar informações científicas e técnicas sobre projetos minerais para o público. Este requere que toda divulgação seja baseada em análise de uma "pessoa qualificada - QP".
  • Código Joint Ore Reserves Committee (Código JORC) que regula a publicação de relatórios de exploração mineral no Australian Stock Exchange (ASX). Fornece um sistema obrigatório para a classificação dos Resultados minerais Exploração, Recursos Minerais e Reservas de Minério de acordo com os níveis de confiança no conhecimento geológico e considerações técnicas e econômicas nos relatórios públicos. Para qualquer divulgação de relatório público a empresa deve obter o consentimento prévio e por escrito da “pessoa competente (CP) ”.

O conteúdo dos relatórios técnicos, e os rigores científicos para a classificação de Recursos e Reservas são muito semelhantes em todos.

Visando uma unificação mundial dos códigos, a elevação dos padrões e a criação de uma comissão rigorosa, foi criado em 1994 o CRIRSCO (Committee for Mineral Reserves International Reporting Standards). As diretrizes do CRIRSCO foram aprovadas por órgãos profissionais em diversos países Australasia (JORC), Chile (National Committee), Canadá (CIM), Europa (PERC), Mongólia, Rússia (NAEN), África do SUL (SAMREC) e EUA (SME).

A iniciativa internacional para padronizar as definições de relatórios relacionados com o mercado de recursos minerais e reservas minerais teve seu início no 15º Congresso CMMI em Sun City, África do Sul, em 1994. O grupo de trabalho era composto por representantes dos países listados acima (exceto para o Chile, que aderiu mais tarde.

A semelhança entre os vários códigos e diretrizes nacionais de relatórios permitiu CRIRSCO desenvolver um modelo de Código Mineral Internacional. Isso pode funcionar como um "código núcleo” com as diretrizes para qualquer país que pretenda adotar a sua própria norma de publicação estilo CRIRSCO.

Ao Brasil podemos dizer: #FicaaDica

 

foto Professora Marcela Taina  

Marcela Taina

Marcela é Bacharel em Geologia (USP), especializada em Petrologia e Geoquímica pela mesma instituição. É Membro da Australian Institute of Geoscientists -“CP” -Membership Number 5181. Destaque recentemente em 2013 e 2014, participando como CP responsável pelo QAQC (elaboração e/ou gestão e/ou auditoria) dos projetos de grandes players nacionais.


Gustavo Cruz

Gustavo é fundador, CEO e Planner do Instituto Minere, Lea Hub e Mining Marketing. É mercadólogo, MBA em Comunicação e Marketing pelo BI International. Está no mercado desenvolvendo produtos, negócios, comunicação e comércio em ambientes digitais desde 2012, atuando principalmente nos setores de mineração, envolvendo educação, empreendedorismo e marketing. É desenvolvedor de negócios, planejamento estratégico e transformação digital.


  

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