A História Geológica e o Modelamento

por Instituto Minere em 02/May/2017
A História Geológica e o Modelamento

A História Geológica e o Modelamento

A Terra é um planeta dinâmico que tem se transformado continuamente durante seus 4,6 bilhões de anos de existência. O tamanho, forma e distribuição geográfica dos seus continentes e bacias oceânicas tem mudado através do tempo, assim como a atmosfera e biota.

Sendo assim entender os fenômenos e adquirir conhecimento sobre a geologia do depósito mineral pesquisado é um processo dinâmico e continuo ao longo da linha do tempo.

A primeira base sólida para as teorias modernas sobre a formação dos depósitos minerais foi formulada no século XVI por Georg Bauer (1494-1555), conhecido pelo nome latinizado de Georgius Agricola (Figura 1).

Figura 1: Capa  da edição americana do livro ‘De Re Metallica’ Traduzido do Latim para o  Inglês por Herbert C. Hoover e Lou H. Hoover Dover Publications, Inc. New York, 1959

A classificação levou em conta critérios genéticos, isto é, se os depósitos eram aluviais ou in situ.

Ao final do século XVIII, o pensamento geológico foi monopolizado por uma disputa doutrinária provocada por dois eminentes naturalistas com pontos de vista diametralmente opostos: James Hutton, escocês e Abraham Gottlob Werner, alemão. O Hutton seguia o pensamento plutonista e acreditava que tanto as rochas ígneas quanto os depósitos minerais eram derivados de magmas em profundidade e transportados no estado líquido até suas posições atuais. Contrapondo-se à teoria das soluções hidrotermais ascendentes, Hutton sugeriu em sua obra de 1788 que ‘magmas mineralizantes’ eram injetados em fissuras e fraturas de origem tectônica e que sua solidificação produzia os corpos de minério.

Em contraste, Werner provocou grande controvérsia em 1791 com sua teoria ‘netunista’, afirmando que basaltos, arenitos, calcários e depósitos minerais haviam-se depositado como sedimentos de um oceano primordial. Segundo esta teoria, os veios eram formados por precipitados químicos que preenchiam fraturas instaladas no fundo do oceano pela ação de terremotos.

Após muito evolução do pensamento e pesquisas no século XX, algumas das teorias modernas sobre gênese de depósitos minerais foram formuladas nas duas primeiras décadas do século XX por uma plêiade de cientistas, entre eles Louis de Launay, J. H. L. Vogt, C. R. Van Hise, F. L. Ransome, W. H. Emmons, L. C. Graton, J. F. Kemp, W. H. Weed, B. S. Butler, W. Lindgren e P. Niggli. Com o lançamento do periódico Economic Geology vinculado à Sociedade de Geologia Econômica começou a figurar como um importante ramo das geociências.

Com a consolidação das teorias muitos modelos metalogenéticos foram desenvolvidos e aprimorados, principalmente em regiões tectonicamente ativas (Figura 2).

Figura 2: depósitos minerais localizados em regiões tectonicamente ativas.

Portanto entender a história geológica e o contexto em que o deposito mineral está inserido é crucial para que exista uma boa interpretação e reprodutibilidade do fenômeno modelado.

Consequentemente isso exige do profissional de geociências um background de conhecimento sobre o tipo de deposito, uma base de dados representativa (amostragem), e ferramentas de modelagem que permitam integrar todas as informações existentes.

Referências Bibliográficas Consultadas

Wicander R. and Monroe J. (2010). Historical Geology: Evolution of Earth and Life Through Time, Sixth Edition.

Autor: Hebert Oliveira

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